quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Buscando revelações...





Quais os lugares onde Paris se revela ? Eles são tantos que a dificuldade é a escolha do que gostaria de escrever!  A cidade com sua surpreendente beleza nos fascina, suscitando a curiosidade e o desejo de descobrir seus encantos! Onde nos leva a nossa curiosidade e vontade de descobrir? Paris é um museu à céu aberto...


Como Paris tem 20 distritos (arrondissements), vamos começar na ordem crescente e elaborando a “nossa idéia” da cidade? Se cada um deles têm também suas subdivisões, então iremos gradativamente, descobrindo o que se revela de acordo com suas particularidades. Caso alguém queira alguma outra informação, busque no final do conteúdo de hoje o meu e-mail. Conto com você!

O 1° arrondissement é o mais central e encontra-se no coração histórico de Paris . Escutamos “suas batidas” através dos mais antigos lugares, como o “les Halles”, (que  existe desde o início da Idade Média), Museu do Louvre, Praça Vendôme, Tuilleries e Palácio Real... Ele compreende também a parte ocidental da “île de la Cité” (ilha da Cidade”), considerada o berço histórico da cidade de Paris.


Como todos os distritos de Paris, ele está dividido em 4 bairros administrativos: o de Saint-Germain-l’Auxerrois; o do Halles;  o do Palácio Real e o da Praça Vendôme.   


Começamos nosso passeio pelo bairro de Saint-Germain-l’Auxerrois? Maravilha! Nele, vemos o Museu do Louvre, um dos maiores e mais famosos museus do mundo. O Louvre foi construído pelo  Rei Filipe Augusto  em 1190, como fortaleza para abrigar seu tesouro real e se proteger das invasões. Ainda hoje encontramos  vestígios desta muralha em seu subsolo. Um século depois, foi transformado em Palácio por Carlos V. Os Reis Francisco 1° e Henrique II o ampliaram e posteriormente, Luís XIII e Luís XIV, deram o acabamento fantástico que hoje se revela em sua arquitetura e tesouros que acolhe, nos segredos que tentamos desvendar...  O que aconteceu ao Palácio das Tuileries construído por Maria de Médicis (1564) e que serviu de residência real à Henrique IV, Luís XIV, Luís XV, Luís XVI  e foi também moradia imperial com Napoleão Bonaparte e Napoleão III? Descobrir as razões de seu incêndio pela Comuna de Paris em maio de 1871, é desvendar um mundo cheio de fatos extraordinários da história...

A antiga fortaleza medieval nunca deixou de ser transformada e hoje representa um complexo de prédios, consagrados à cultura. O que resultou de tanta mudança? O admirável projeto do presidente François Mitterand que transferiu o Ministério das Finanças que funcionava na ala norte e abriu novos e grandes espaços à exposição de obras de arte. Querem maior maravilha do que a Pirâmide de vidro? Obra do arquiteto Ming Pei,  ela é construída em vidro e metal, rodeada por três pirâmides menores, no pátio principal (Cour Napoleon) do Palácio do Louvre. A «Grande Pirâmide», serve de entrada principal do Museu do Louvre. Ela se revela para a gente se descobrindo no pátio do Palácio e nos permitindo enveredar em seus corredores e salões, à procura da Vênus de Milo, da Mona Lisa e da Vitória da Samotrácia. Um verdadeiro encantamento ! E o que dizer da grande coleção que diz respeito ao Egito antigo? A civilização greco-romana e as numerosas obras de arte de Michelangelo, Ticiano, Goya, Rembrandt e outros? Sonhos se transformando em realidade na busca do prazer pelo que é belo e sublime!


Saindo do Louvre com a cabeça cheia de informações, o espírito saciado e deleitado e os olhos repletos de alegria pela contemplação do inesquecível, uma pausa se impõe...



Por que não comer um pedaço de torta ou tomar um divino chocolate quente em Angelina sob as arcadas do n°222, rue du Rivoli, numa decoração "belle époque"? Imperdível!

Este lugar representa a arte de viver "à la française"! Criado por um austríaco em 1903, ele revela sua alma e sua história. Vale a pena descobri-lo!

Em seguida, se  possível,  vá conhecer a  Igreja de Saint-Germain-l’Auxerrois, muitos anos frequentada pela realeza. Ela nos revela um impressionante mosaico arquitetônico. Dedicada a Saint Germain l'Auxerrois, bispo  no séc.XV, ela data da época merovíngea e foi destruída pelos normandos em 885-886. Reconstruída na primeira metade do séc.XII, foi sucessivamente modificada até1580, quando chegou à forma atual. O que nos chama atenção é a torre do sino (a parte mais antiga, a romana, é do século XII) que sobrevive altaneira, como alguém que nos alerta... Por que? Para não esquecer  o que aconteceu no dia 24 de agosto de 1572Nesta data, os sinos badalaram inusitadamente como que avisando que um dos mais tristes e sangrentos eventos na história do país  iria ocorrer: o massacre dos protestantes reputado como " a noite de São Bartolomeu”!  A Rainha Mãe Catarina de Médicis, apoiada pelo seu filho, o Rei Charles IX, orquestrou uma operação para eliminar o maior número possível de protestantes.  Aproveitando do fato de os huguenotes tinham vindo à Paris assistir ao casamento da filha dela, Marguerite de Valois com Henri de Navarre (futuro Rei Henri IV), eliminou milhares de protestantes. Conta-se que durante o massacre, os sinos tocavam sem parar, abafando os gritos, o sofrimento, o terror...

No interior da Igreja, o ideal é se concentrar nesta jóia da arquitetura gótica flamejante! Admirar a sua nave, suas ogivas, capelas... Se debruçar no legado histórico e cultural que ela transmite... 


Simbolicamente ela encontra-se ligada ao trágico acontecimento da noite de São Bartolomeu, mas o mergulho em seu interior, certamente vai revelar a beleza que se irradia de suas entranhas e nos permite esquecer temporariamente estas lembranças negras... 



A Igreja é belíssima e associada à monumentalidade do Louvre, ao acasalamento perfeito do ritmo arquitetônico da rua do Rivoli,  ao ininterrupto movimento das casas de comércio..., nos provoca um sentimento de  júbilo, de satisfação e de alegria!



Vamos juntos descobrir e sentir emoções!



E, se necessário, entre em contato no celiapprato@gmail.com

quarta-feira, 24 de outubro de 2012


Paris se revelando...


Vamos hoje descobrir em Paris, a Praça des Vosges que encontra-se no bairro do Marais e é considerada uma das mais bonitas da cidade?  Se a comparamos  com a da Concórdia, vemos o quanto ela é pequena. Ela nos revela entretanto seu lado aconchegante com seus imóveis residenciais de tijolos vermelhos, janelas de vidros pequenos,  tetos pontudos de ardósia (marca registrada de Paris) e no seu centro, seu jardim com estátuas e fontes.A praça des Vosges é surpreendente em sua forma (quase quadrada) e em sua harmonia. Foi  chamada Praça Real quando foi construída pelo Rei Henri IV em 1612.  Sua unidade arquitetônica, nos revela que a exceção da altura dos prédios diz respeito somente aos Pavilhões do Rei e da Rainha (onde nunca viveu nenhum personagem real).


Se pudesse defini-la diria que ela  é aristocrática, aconchegante,  silenciosa e romântica! E quando faço um passeio sob suas arcadas vou tentando descobrir  os segredos que ela pode revelar... Vivo, sinto e  me imagino em um tempo onde vivencio o passado... Por que estas sensações? Creio que é porque nela respiro beleza e história. Como é possível ficar indiferente ante a casa onde viveu Victor Hugo e que hoje transformou-se em Museu? Meu prazer é indescritivel quando descubro que ela foi local de festa do noivado dos pais de Luís XIV, o rei Sol. Sinto o peso da história e na sua beleza procuro desvendar seus segredos...

 A Praça! Quantas emoções e sentimentos  foram exprimidos, ressentidos e vividos ao longo dos anos neste local! Você pode ficar de fora disto tudo? Eu certamente não! Meu pensamento  vai agora até Chico Buarque quando cantando diz “ ... a mesma praça, o mesmo banco, as mesmas flores,  o mesmo jardim... “.  Aqui, nesta mesmice, nada é igual e tudo se transforma de um minuto a outro. Até a incidência do sol e das estações, nos faz  descobri-la de um modo diferente.  Ela é como um ser feminino que se esconde na tênue linha que separa o real do imaginário.  Esta vontade de mergulhar em seu interior, aumenta a sensação gostosa de uma volta ao passado
.

Respondendo à incitação que ela revela, sugiro que venham ao seu encontro com interesse em descobri-la  e com bastante  atenção, aproveitem com gosto de sua beleza que deslumbra!

Em seguida, faça uma pausa para uma refeição rápida na bela Praça des Vosges e,  seguramente, numa ida ao n°25 você vai encontrar a “Carette” com seus doces, macarrons, chocolates quentes... e assim vai poder usufruir de um verdadeiro “chá das 17h” com tudo a que se tem direito... Verdadeira delícia !

Em uma saída à dois ou em companhia de pessoas com quem se gosta de dividir os bons momentos da vida?  Posso  dar duas dicas: o restaurante” Ma Bourgogne” que é o símbolo parisiense do bistrô de qualidade, situado no n°19 e o “L’Ambroisie”, verdadeira jóia da gastronomia francesa que se localiza no número 9.



Venha ver de perto o que a espetacular Praça des Vosges revela para você !

domingo, 14 de outubro de 2012

Descoberta de Paris...



Quando cheguei em Paris há muito tempo atrás, nunca imaginei que me tornasse uma cidadã do mundo. Vim com um objetivo temporário e fui ficando... Aprendi a amá-la...Impossível não ficar apaixonada por esta cidade. Um amor que é duradouro e que modificou vários conceitos sobre a vida...

 Aqui é hoje a minha casa e ela me propiciou uma visão mais ampla do que é um povo cosmopolita com sua população representada pelas diferentes culturas do mundo. Como disse Victor Hugo, ““Paris é um microcosmo da história universal”. A cidade não é grande e pode-se percorre-la à pé. Ela condensa entretanto, informações inestimáveis e, em pouco tempo, o banho de imersão cultural nos envolve e domina.   O ideal é seguir à risca o verbo flanar que significacaminhar sem rumo e sem pressa, só pelo prazer de apreciar o que está à sua volta, parando aqui e ali para observar algo que chamou sua atenção ou para tomar um sorvete sentado em um banco de praça”. Flanar pelas ruas de Paris é isto: um prazer indiscritível que proporciona uma sensação gostosa do desejo realizado. A cidade nos espera e se oferece à descoberta...

 Ela foi quase completamente reconstruída no estilo arquitetônico da estética do racional pelo Barão de Haussmann, que foi o prefeito (1853-1870), durante o segundo império com Napoleão III.  Repleta de monumentos, parques, avenidas, praças, alamedas, ruas...ela é considerada uma das mais célebres e a mais visitada pelos turistas vindos de todas as regiões do planeta. Além do mais, ela é atravessada em seu coração pelo rio Sena que sempre foi imprescindível ao seu desenvolvimento cultural e econômico e a prova desta afirmação é a grande quantidade de monumentos históricos aí localizados em um percurso que vai da Torre Eiffel até a Biblioteca François Mitterand. Suas pontes e esta exuberância sempre me provocam uma sensação de sedução e admiração.


O que nos revela Paris! Cada estação tem seus encantos e ela é um lugar para se descobrir o ano inteiro. Até quando o frio chega e aperta, existe sempre um café, um bar, um bistrô que nos acolhe. Aquecemos o corpo e a alma com um café, um chocolate ou um copo de vinho (ballon de rouge) e continuamos a flanar porque são tantas as ocasiões de descobrir algo novo e diferente que em várias etapas, irei relatando e revelando ...


Vale a pena descobrir Paris!