terça-feira, 18 de dezembro de 2012


Em busca de revelações...

Praça das Vitórias (Place des Victoires)

O nome da praça sugere muita coisa… Me vem à cabeça a idéia de conquista, triunfo, ganhar de alguém, êxito e vantagem... Por que foi assim denominada?  O que ela representa na história da capital ? Quando começou a fazer parte do microcosmo que é Paris ? ... E neste largo espaço descoberto para onde convergem várias ruas, afluem também meus pensamentos e deixo-me levar pelas sensações que este lugar me revela...

Estive na praça das Vitórias pela primeira vez há tanto tempo... Era um dia lindo de verão e ela com sua fidalguia pegou-me desprevinida... Estava meio perdida na cidade e a encontrei... São lembranças que nem o tempo consegue apagar… Depois descobri que sua história está intrinsicamente ligada à vida de Luís XIV…

Como ela surgiu ? Nasceu da vontade e respeito do duque de Feuillade, marques e marechal da França que queria honrar o  rei Sol... Apareceu portanto do desejo de reverenciar alguém...Testemunha de séculos de fatos implicados na evolução da capital... Ela é o primeiro modelo de uma praça circular na história do urbanismo clássico francês !

Concebida como um espaço ao ar livre, quando foi criada, destinava-se a destacar a estátua de um rei, cujas proporções determinaram a sua área. Para que tivesse efeito, as ruas que para ela convergiam nunca deveria ser no prolongamento de outra, de modo que a imagem de Rei separava as fachadas. 

Foi consagrada e inaugurada em 1686. Para que a obra fosse completa, em seu meio surgiu uma estátua do rei de pé sobre um pedestal de mármore branco, vestida com as roupas de sua coroação, atropelando um Cérbero.  Atrás do rei, a Vitória, com um pé sobre um globo e outro no ar, tendo numa mão uma coroa de louros sobre a cabeça do herói e na outra, um ramo de folhas de palmeiras e oliva. No rodapé e sob os pés do rei, uma inscrição em letras de ouro que diz: “ Viro imortal” (me torno imortal).  

Esta primeira estátua real foi derrubada e destruída após a revolução de 10 de agosto de 1792 e substituída por uma pirâmide de madeira. Depois, foi trocada por uma outra e finalmente, foi instalada definitivamente na praça uma estátua equestre, encomendada por Luís XVIII, representando o rei Sol vestido de imperador romano à cavalo.

 A praça circular com cerca de 80 m de diâmetro foi construída segundo os desenhos de Jules Hardouin Mansard. Os edifícios da mesma simetria são decorados com pilastras iônicas. As seis ruas que convergem em direção à praça parecem torná-la mais ampla e assim, dão a impressão de que existe mais espaço. As seis ruas são: rua de la Feuillade, rua Vide Gousset, rua d'Aboukir, rua  Étienne Marcel, rua Croix des Petits Champs e rua Catinat.

Hoje, a praça das Vitórias (”place des Victoires”), tornou-se o lugar predileto de boutiques de alta-costura. Mesmo quando o tráfego está intenso em toda a cidade, ela é sempre tranquila. A praça é um daqueles cantos pouco modificados pelo tempo  
       .
Situada no limite do 1º arrondissement, ela tinha a exclusiva intenção de enquadrar urbanisticamente uma estátua de Luís XIV. Para isso foram construídas mansões suntuosas em formas curvadas e definidas seis ruas organizadas de forma irregular, provavelmente para evitar que a estátua pudesse ser vista pelas costas. O seu caráter luxuoso vem das empresas renomadas de moda e em suas ruas estreitas os residentes foram obrigados a construirem suas casas numa mesma simetria.

O solo do local é tombado como monumento histórico em 1962. As mansões que dão para a praça estão todas listadas ou registradas também como tal. A Praça foi cenário também de filmes, como por exemplo, o de Nobuhiro Suwa (realizador, cenarista e autor japonês), no filme“Paris, eu te amo” (uma história definida em uma viagem de sonho numa cidade emblemática - Paris, 2006).

Inicialmente lugar de residências, seus habitantes mais famosos foram o Marquês de Marigny, o benfeitor e financista Antoine Crozat, o riquíssimo Samuel Bernard, entre outros...  No entanto,  ela perdeu a sua  "elegância" em 1883, quando foi cavada a rua Etienne Marcel.   Próximo a ela, podemos descobrir a galeria coberta Vivienne, o Palácio Riche lieu, a praça da Bolsa, a  Biblioteca Nacional e a Galeria Vero-Dodat .

O belo complexo de edifícios, sob a forma de um anel de casas particulares para acomodar uma majestosa estátua do Rei triunfante continua intacto. As fachadas subsistiram conservando seu charme e elegância.

Uma praça tão linda e que parecia estar dormindo... Mas a Praça das Vitórias recuperou sua reputação como vitrine de moda parisiense . A área ao redor dela representa um bairro nobre. Estilistas da moda nela se localizam, como Apostrophe, Sprit, Kenzo, Zadig e Voltaire... Nela também estão situados o Fórum alemão para história da arte e o Instituto Nacional francês da história da arte.

Ela complementa um percurso de compras agradável. Além do Forum des Halles, no sul, a clientela da moda pode chegar lá pegando a rua Saint-Eustache,  rua do Jour ou a de Montmartre para chegar à rua Etienne-Marcel que possui em cada extremidade a Praça des Victoires e a rua Montorgueil . Decididamente, o centro da capital possui a moda “em sua pele” (dans sa peau). 

E continuo a sonhar e a tentar descobrir os segredos que a cidade nos revela... E penso na realização de nossos projetos... Vou mais longe e reflito sobre as nossas  conquistas... Considero os percursos feitos... E vejo como é importante também sonhar... E quando o fazemos, é essencial que acreditemos neles...Tudo são conquistas... Sei o quanto é fundamental para nossas vidas continuar a sonhar, como sei também que sonhos sem riscos não produzem as reais conquistas...

Vamos continuar juntos em nossos  passeios buscando o que nos revela a bela dama que é Paris ? A magia da cidade enfeitiça e nos envolve mostrando seus segredos a quem a procura !


 E, se necessário, podemos conversar no celiapprato@gmail.com




quarta-feira, 28 de novembro de 2012


Paris se revelando...

Quando percorro Paris e me deparo com o que ela possui, me surpreendo a imaginar como era a vida das pessoas em épocas diferentes...Sempre penso muito nos passos que foram dados pelos que viveram nestes lugares... Quantos sonhos, alegrias, temores, tristezas e acontecimentos fantásticos fazem parte das situações vividas no passado...Quais as posturas que adotaram face às diferentes situações... São inúmeras as indagações que faço... E a cidade vai se denunciando e cada vez mais descubro fatos correlacionados aos lugares...A capital em si é inexaurível e a França, um país inesgotável pela arte, história e cultura...

E vou tentando reconhecer o que Paris me revela... Assim, chego à praça Vendôme, que sempre provocou em mim sensações inigualáveis !  Eu, que sempre tive uma atração especial por tudo que fez Luís XIV, me encontro agora num lugar sobre o qual ele pensou, refletiu, elaborou...  Eu que estudei tanto Napoleão Bonaparte quando adolescente e aprendi mais ainda aqui na França, teço  conjeturas sobre tudo que construíu quando vejo a coluna da praça...  Me vejo imaginando os sentimentos de Chopin aqui neste local que foi testemunha de seu último suspiro...No n° 26, ocupado pelo joalheiro Bucheron, penso em tudo que viveu aí a  bela Castiglione, (conhecida também como a “louca da praça”) e que no final de sua vida viveu na solidão (durante o dia, na maior parte do tempo ficava na cama com lençóis de seda preta e saía de casa somente à noite vestida também de preto).

Aqui me deparo com o Ritz, o primeiro hotel cinco estrelas da história, com seus 175 quartos e refúgio de grandes nomes como Marcel Proust e Coco Chanel... Finalmente, sonho com Lady Diana, o mais recente personagem, que saiu da praça e desapareceu do mundo... Este local é carregado de estórias e de histórias !

A sublime praça Vendôme de forma octogonal...Típica do urbanismo clássico francês... Monumento histórico que reflete a aristocracia... Uma das mais bonitas da cidade e considerada como uma das mais luxuosas do mundo... Este esplendor que faz até hoje muitas pessoas perderem a cabeça... A própria realeza perdeu-se nesta pompa, esplendor, melindres e extravagâncias... Sinônimo de opulência, ostentação e caprichos !

Ela encontra-se no 1° Arrondissement, à leste da Igreja da Madalena, ao norte o Jardim das Tulherias, é ponto de início da rua da Paz (rue de la Paix) e está bem próxima da Opéra Garnier. Falando em associação, o bairro que abriga a praça foi sempre ligado à Luís XIV e o meio financeiro, assim como o nome de Henrique IV  vem junto à Ponte Nova e o povo francês.

No ano de 1685, o rei comprou o solar do Hôtel de Vendôme ao arruinado duque de Vendôme com a  intenção de posteriormente, fazer uma praça para a biblioteca real e as academias. Os problemas financeiros o obrigaram a mudar seus planos e foi elaborado um novo traçado em 1698. 

O rei Sol queria um espaço suntuoso, grandioso e magnífico para celebrar os grandes eventos reais e confiou à Jules Hardouin-Mansart o traçado desta praça que o arquiteto concebeu em 1699.

A praça chamou-se “Luís o Grande” até a Revolução Francesa  e foi inaugurada em 1699 com uma magnífica festa , quando recebeu a estátua de Luís XIV  à cavalo, vestido de imperador romano) feita por François Girardon. Na Revolução Francesa a derrubaram e o nome da praça foi modificado. Passou a chamar-se praça de “Piques” (espadas, lanças). Quando Napoleão Bonaparte chegou ao poder, derreteu os canhões austríacos da batalha de Austerlitz e escolheu o mesmo lugar para construir a coluna (inspirada na de Trajano situada no forum de Roma), onde colocou em seu pico uma estátua de bronze com ele vestido de imperador romano.  Ela é toda em relevos onde conta cenas da batalha que foi vencedor em 1805. A Restauração (1815-1848), plantou sua bandeira branca depois de retirar a efígie de Napoleão. A Monarquia de Julho (1830-1848) assentou sua bandeira tricolor.  As tropas de Napoleão III no segundo império (1851-1870), colocou uma cópia no mesmo lugar. Entretanto, sob a insurreição popular (a Comuna-1871), a praça “Internacional”  foi desfeita pelos revolucionários e Gustave Courbet, (grande artista e pintor cujos quadros estão expostos no Museu d’Orsay), que era na época o responsável pelos monumentos da cidade, foi preso e condenado a pagar a reconstrução do monumento. Enfim ela é restaurada e recolocada sobre seu pedestal pela III República. Hoje ela ainda domina a famosa praça do topo de seus 44 metros.  

A Praça Vendôme é um espaço quase totalmente fechado com as esquinas quebradas e tem apenas duas entradas que traçam o eixo central. Nascida da imaginação do rei Sol-Luís XIV, a praça é uma jóia e ao mesmo tempo o símbolo da monarquia absoluta. Numa época de espíritos estreitos, Paris é feita de ruas pequenas e de poucos espaços verdes abertos. A praça Vendôme constitue um espaço de liberdade onde se pode respirar como a praça da Grève (Hotel de Ville-atual praça da Prefeitura de Paris) e a praça Real (atual praça des Vosges). É considerada como local simbólico de acontecimentos importantes pois viu o desenrolar da revolução francesa, os golpes do Estado, a volta do poder real... . 

As paixões políticas desertaram e deram o lugar para as boutiques mais luxuosas de jóias. Qualquer joalheria famosa que passe na sua cabeça existe na Place Vendôme: Cartier, Bvlgari,  Chaumet, Bucellati, Boucheron…

Pequena, simples, limpa, sem árvores, ela possui a arquitetura homogênea dos prédios... O Hôtel de Bourvallais, n°13 da Place Vendôme, abriga o ministério da Justiça. Está cercado de "hôtels particuliers" (ou palacetes) cujas fachadas são tombadas como monumentos históricos.  Durante os anos 1980 a Vendôme ficou meio esquecida pois os milionários preferiam a avenida Montaigne. A construção nos anos 1990 da pirâmide do Museu do Louvre e a inauguração da loja Colette e do Hotel Costes permitiu à praça de reencontrar seu brilho. E a praça voltou a ser o grande lugar do encontro dos elegantes do mundo todo... Símbolo internacional do luxo e do sucesso...

Poucas são as pessoas que têm o privilégio de morar na praça.  Mais raros ainda são os proprietários que vivem durante todo o ano. O emir do Catar, Hamad bin Khalifa al-Thani, dono do Hotel d'Evreux no n°19, vem apenas uma ou duas vezes por ano. Outro luxuoso "pied-à-terre", é o magnífico hotel Coëtlogon de propriedade do sultão de Brunei, Hassanal Bolkiah.  Todavia, o maior proprietário na praça é anônimo: o fundo irlandês Sloane Capital, que possui paredes de algumas belas lojas e dezenas de milhares de metros quadrados de escritórios. Os aluguéis estão a altura deste lugar excepcional:  cerca de 1.200 euros por ano por metro quadrado. Isso não parece assustar nem o escritório de advocacia Clifford Chance, nem o Banco JP Morgan, que concordam em pagar um preço alto para obter o status conferido pelo endereço de prestígio.

O mais ilustre morador da praça, o cantor-compositor Henri Salvador (1917-2008), que nasceu na Guiana francesa e  morou no Brésil,  não vive mais aqui. Era na janela n°6, que ele encontrava sua inspiração. Dizem que antes de se fechar em seu estúdio de gravação instalado em seu apartamento ia sempre antes à janela.  Costumava também almoçar no Ritz. Outro personagem, é o joalheiro Lorenz Baumer, estabelecido desde 1995 na praça Vendôme, que sucumbiu ao charme da praça assim que a viu.

Desde cedo da manhã e durante o dia inteiro, os turistas invadem este espaço com seus guias e exclamações admirativas. Enquanto isto, Mercedes , Ferraris e carros de luxo estacionam incessantemente diante o Ritz.  Quando este dia chega ao fim, os últimos ônibus turísticos deixam a praça...As joalherias  se fecham...O lugar torna-se quase silencioso...O show pode começar...Um feixe de luz desce suavemente até cair sobre a estátua imóvel de Napoleão vitorioso, de pé, na parte superior da coluna. .. A sombra da Imperador  depois volta-se para a frente do N°20 que é o hôtel de Parabère (palácio privado)... Contornos gradualmente se afirmam ... Em um jogo impressionante de luz, o vencedor da batalha de Austerlitz parece ter tomado posse do lugar... Antes de  ser perseguido  finalmente pela noite calada e escura... O Imperador desaparece... E a praça volta ao seu estado habitual...

Neste caleidoscópio de beleza e emoções, eu me encontro e sou feliz ! Quer vir dividir estes momentos comigo? Juntos, descobriremos o que nos revela Paris !


E, se necessário, podemos conversar no celiapprato@gmail.com

terça-feira, 20 de novembro de 2012


 Em busca do que revela Paris...


Quando há muito tempo conheci o 1° arrondissement de Paris, vi a concretização de um sonho... De repente, voltei ao tempo das aulas de francês, com as gravuras do rio Sena nas paredes da sala de aula... O que esta cidade tem revelado para mim, é uma surpresa a cada dia. Como é possível se ter tantas informações quando faço um só passeio? Bastou-me atravessar uma ponte, para me deparar com uma praça e um "square" que me revelam tantas coisas... Ecos de um passado ressoam em mim e certamente, irão também lhe provocar intensas sensações... Paris é eterna e mágica! Ela é brilhante! 

Vamos começar o nosso passeio de hoje? Provavelmente novas emoções vão surgir ao chegarmos à Ponte Nova (Pont Neuf em francês) que é a mais antiga das pontes que cruzam o rio Sena...

Foi assim denominada para se diferenciar das antigas pontes medievais que tinham casas de ambos os lados. Sua história remonta ao séc. XVI quando o rei Henrique III tomou a decisão de constru­í-la sobre quatro pilares a fim de permitir que as casas fossem erguidas (o que nunca aconteceu). Veio a guerra dos cem anos e as obras da ponte foram concluídas somente no séc. XVII, com Henrique IV que a inaugurou em 1607. Seu espaço nos revela as dimensões de uma ponte contemporrânea (1.40m de comprimento e 20.5m de largura)... Em sua história, um trágico acontecimento é a ela associado... 

No local que vemos hoje suas escadarias foi queimado o último Grão-Mestre dos Templários, Jacques de Molay. Incrível, não é mesmo? Ela foi a primeira ponte de pedra sem casas e com calçadas.  O Pont Neuf é um desafio ao próprio tempo...Quer maior prova do que seu nome que é o mesmo através dos séculos?

Conhecer Paris é um prazer inigualável! As surpresas aguardam somente o momento certo para aparecerem... No ponto em que a Ponte cruza a Île de la Cité, vemos a estátua equestre de Henrique IV, construida sob as ordens de Maria de Médicis, viúva do Rei no séc.XVII. Foi destruída sob a Revolução Francesa e reedificada no séc.XVIII (segundo o molde original que sobreviveu). Em 2005 a estátua foi restaurada e descobriram 4 caixinhas de ferro que foram depositadas pelo novo escultor (em 1818) sob a nova estátua. O que elas contêm? A história da vida de Henrique IV, um pergaminho do séc.XVII que descreve a encomenda da obra e a lista de pessoas que contribuíram para sua construção. 


No dia 25 de agosto de 1818 em plena comemoração de São Luís (nome de vários reis franceses) e do rei daquele momento, chamado Luís XVIII, sobre a Ponte Nova a população se comprime e se agita como em todos os dias de festa... Qual o evento? A estréia de uma estátua equestre monumental, em bronze, que representa Henrique IV! Como em todas as inaugurações, uma tribuna é erguida, o discurso está preparado, a distribuição de medalhas é feita, o  clima de festa está no ar, a massa se empolga... 

Na França, o rei Henrique IV é um mito. Ele é visto como o rei mais popular junto aos franceses! Realidade? O tempo nos dirá...  A ele associamos a tolerância religiosa. Dele é a frase « Paris vale bem uma missa », ele o protestante, quando teve que tornar-se católico para ser rei ;  ele que deu um término às sangrentas guerras de religião assinando em 1598 o Edito de Nantes que estabeleceu a liberdade de culto no país; ele que passando por um rei simples e próximo do povo, preocupou-se com a população e também com o desenvolvimento da agricultura e do bem estar de seus súditos: « não deve faltar galinha na panela do povo”. Na França, um país que cortou a cabeça da realeza, ele ainda goza de uma imagem muito popular. De toda maneira, os franceses gostam mais dele do que de  Luís XIV, « Luís o Grande », que até hoje é o símbolo da monarquia absoluta, tão oposta à cultura republicana implantada neste país. Além do mais, esta último revogou em 1685 o Edito de Nantes instaurado pelo seu avô!

A história fala também de sua paixão pelas mulheres  (Henrique IV foi chamado de “O Vert Galant” – o verde mulherengo) e seu comportamento levou o país à beira do caos... Seu gosto pelo poder alimentado por uma paixão sem limites...  Foi assassinado por Ravaillac e até hoje este é um fato misterioso... O rei é uma figura controvertida ...

E nossa caminhada continua...O que vamos descobrir ao lado da Ponte? A beleza que é a praça Dauphine com seu formato triangular... O que existe em seu centro? Um “square” com uma superfície de 2.665 m²!  Qual a sua origem? O próprio rei Henrique IV decidiu organizar a ponta oeste da cidade (Île de la Cité) entre o Palácio de la Cité  e a Ponte Nova. Foram construídas assim 32 casas idênticas  de pedra branca, tijolos e ardósia, no espírito da praça Real. Por que este nome? Ela foi batizada em honra ao futuro rei Luís XIII (le dauphin), mas durante 22 anos foi chamada de Thionville (1792-1814). Ela foi foi a segunda praça erguida pelo rei depois da praça de Vosges. E após tanto tempo, o que sobrou? Das casas iguais restaram duas que fazem ângulo com a Ponte. Todas as outras foram demolidas ou reconstruídas a partir do século XVIII...

O mudou na praça? A tranquilidade que ela transmite é a mesma de sempre... As sombras amigas oferecidas pelas castanheiras da Índia (árvore de origem balcânica introduzida na França no séc.XVII), é idêntica...  Se nos deixarmos levar pela sua magia, podemos sentar em seus bancos e imaginar que ao nosso lado estão falando baixinho na língua dos apaixonados, Simone Signoret e Yves Montand que moravam em uma das casas burguesas da praça... A praça nos acolhe com sua atmosfera parisiense através de seus cafés, restaurantes e inúmeras galerias de arte. Ela é especialmente romântica! ir no outono e tons

Paris não engana! Mágica e feiticeira, ela é realmente como imaginei desde que a conheci... De extremo encanto, altiva, aristocrática e digna...Uma beleza com seus mistérios e segredos... Ela nos torna insaciáveis... Quanto mais nos aprofundamos, mais a conhecemos... Neste exato momento, penso numa frase de Fernando Pessoa e imagino esta cidade enigmática e cheia de charme dizendo alto: “tenho em mim todos os sonhos do mundo”!


                                A magia que Paris nos revela, nos enfeitiça!

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sexta-feira, 9 de novembro de 2012


Revelações de Paris...


Vamos agora fazer um passeio pelo “les Halles” que nos espera? Com certeza iremos compreender cada vez mais porque Paris é a cidade mais visitada do mundo!

A  eterna capital se  desnuda e como numa aula de anatomia, descobrimos seu ventre! O professor,  se apresenta como Emile Zola, fundador e  principal representante do movimento literário naturalista. Numa descrição detalhada e num minucioso relato de personagens e fatos, ele nos fornece uma visão baseada em acontecimentos históricos com pessoas e características realistas, que nos deixam com a sensação de que conhecemos àqueles que se apresentam em suas obras.

Em nosso caso, o conhecimento concerne o monumental mercado de Paris, “Les Halles” e os personagens são os vendedores de frutas, legumes, açougueiros, padeiros, floristas e todos que compõem este universo inqualificável da atmosfera do Halles de Paris ontem ... 

Paris não ganhou gratuitamente uma beleza natural e única como Veneza, nem uma natureza exuberante como a do Rio de Janeiro... Entretanto, ela é deslumbrante! Representa um conjunto arquitetônico inigualável com seus monumentos, ruas e avenidas, seu eterno charme, beleza e sua cultura... Como se sente um turista diante da parte do melhor que um ser humano foi capaz de construir e preservar?  Certamente ofuscado e admirado pela profusão de informações que diante dele se revela...Em cada esquina encontramos uma atração que comparamos a sua riqueza humana, representada pelo multiculturalismo das centenas de imigrantes e a da vaidade e requinte dos parisienses. Imperdível por si mesmo!

Nesta lição de Zola, testemunhamos a significação através do tempo do que é hoje a cidade onde vivo. Seu livro nos mostra a formação da consciência e a experiência dos lugares. Sentimos o “Halles” se revelando na linguagem escrita deste autor e, neste momento, somos capazes de ler no espaço que ele delimita, a riqueza de seu patrimônio e prestígio. A cidade aparece como ela é! Repleta de lugares onde se conservou um passado de prestígio testemunhado pelas  antigas pedras de seus monumentos e casas, onde  nos tornamos capazes de ver e de ler os acontecimentos que a tornaram célebre... Paris polariza o presente e o futuro, se mostra nas partes que nos descobre, como um lugar de onde saem as inovações e modas...

Hoje, percorrendo as ruas da capital, chegamos ao “les Halles”, onde eram negociados tecidos, comestiveis, cereais, vinhos, flores,...Localizado no  2° bairro administrativo de Paris, situa-se assim no 1° arrondissement (distrito) e a origem de seu nome vem do "Halle" (parte fixa e coberta do antigo mercado central de Paris), que era o centro do mercado de venda em atacado de produtos de alimenticios frescos.

Sua história remonta ao século XII, quando foi construído em uma zona pantanosa, no centro de Paris, mas que ficava extramuros naquela época ...Neste tempo, era como um “grande bazar” onde em cada local específico se vendia produtos têxteis, miudezas de todas as espécies, e outros... No século XVI,  Francisco 1° iniciou a fase (que durou 30 anos), da adequação dos prédios ao comércio... Em 1808, Napoleão Bonaparte se engaja na reorganização coerente do mercado e elabora regulamentos para a matança de animais, mas os problemas de higiene e circulação, persistem...Na metade deste mesmo século, no período das grandes transformações realizadas em Paris pelo arquiteto e prefeito Haussmann, durante o império de Napoleão III. Neste periodo, o arquiteto Victor Baltard apresenta seu projeto: a construção de doze  pavilhões com paredes de vidro, aço e colunas de ferro totalmente inovador. Estes eram compostos de dois grandes grupos, subdivididos em grupo de seis. 

Nos anos 1960, os pavilhões tornaram-se inadaptados à vida moderna. O espaço passou a ser muito limitado em relação à demanda de uma capital em expansão... A insalubridade decorrente das normas de higiene defasadas levou o Governo a tomar uma nova posição. A opção foi sua demolição!

O famoso mercado, onde a elite parisiense ia de madrugada, (após saídas noturnas),  tomar a renomada sopa “à l'oignon” (de cebolas) e se regalava comendo  escargots ou tripas num dos inúmeros restaurantes, acabou! O Mercado se foi... Em seu lugar, foi edificado um grande centro comercial, espaços destinados ao lazer, novas estações de metrô e um grande jardim. 

O ventre de Paris de Emile Zola mudou... Ele foi substituído pelo coração de Paris  com uma cidade subterrânea em 3 níveis : a maior estação de metrô do mundo, “Châtelet les Halles”, onde passam diariamente cerca de 800.000 pessoas, o mais frequentado shopping, "o Forum", com suas 23 salas de cinema, um jardim de 4 ha, uma rede de vias públicas essencialmente subterrâneas, ...

Nada substitui a saudade dos parisienses pelo antigo e célebre mercado! O que sobrou dele?  Dois dos pavilhões foram preservados: o que se destinava ao comércio de ovos e aves, foi desmontado e levado para Nogent-Sur-Marne (cidade da periferia da capital) onde abriga uma sala de espetáculos chamada “Pavillon Baltard”. O segundo, encontra-se na cidade de Yokohama no  Japão.

Agora, no século XXI, um novo concurso foi realizado visando a total reconstrução do bairro. As obras já começaram e a sua inauguração é prevista para 2013.


O projeto que vai dar uma roupa nova ao “les Halles”, se revela ambicioso com a expansão e melhoria deste monumento de urbanismo subterrâneo e tenciona tornar o local mais agradável a todos que o frequentam. Vão surgir mais lojas favorecendo o comércio, equipamentos culturais e o acesso às estações mais diversificado... As autoridades pretendem tornar o bairro mais acolhedor... Uma nova imagem da capital cada vez mais dinâmica!


E assim, continuamos a descobrir o que nos revela o 1° arrondissement desta fascinante cidade  onde moro que é Paris...


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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Buscando revelações...





Quais os lugares onde Paris se revela ? Eles são tantos que a dificuldade é a escolha do que gostaria de escrever!  A cidade com sua surpreendente beleza nos fascina, suscitando a curiosidade e o desejo de descobrir seus encantos! Onde nos leva a nossa curiosidade e vontade de descobrir? Paris é um museu à céu aberto...


Como Paris tem 20 distritos (arrondissements), vamos começar na ordem crescente e elaborando a “nossa idéia” da cidade? Se cada um deles têm também suas subdivisões, então iremos gradativamente, descobrindo o que se revela de acordo com suas particularidades. Caso alguém queira alguma outra informação, busque no final do conteúdo de hoje o meu e-mail. Conto com você!

O 1° arrondissement é o mais central e encontra-se no coração histórico de Paris . Escutamos “suas batidas” através dos mais antigos lugares, como o “les Halles”, (que  existe desde o início da Idade Média), Museu do Louvre, Praça Vendôme, Tuilleries e Palácio Real... Ele compreende também a parte ocidental da “île de la Cité” (ilha da Cidade”), considerada o berço histórico da cidade de Paris.


Como todos os distritos de Paris, ele está dividido em 4 bairros administrativos: o de Saint-Germain-l’Auxerrois; o do Halles;  o do Palácio Real e o da Praça Vendôme.   


Começamos nosso passeio pelo bairro de Saint-Germain-l’Auxerrois? Maravilha! Nele, vemos o Museu do Louvre, um dos maiores e mais famosos museus do mundo. O Louvre foi construído pelo  Rei Filipe Augusto  em 1190, como fortaleza para abrigar seu tesouro real e se proteger das invasões. Ainda hoje encontramos  vestígios desta muralha em seu subsolo. Um século depois, foi transformado em Palácio por Carlos V. Os Reis Francisco 1° e Henrique II o ampliaram e posteriormente, Luís XIII e Luís XIV, deram o acabamento fantástico que hoje se revela em sua arquitetura e tesouros que acolhe, nos segredos que tentamos desvendar...  O que aconteceu ao Palácio das Tuileries construído por Maria de Médicis (1564) e que serviu de residência real à Henrique IV, Luís XIV, Luís XV, Luís XVI  e foi também moradia imperial com Napoleão Bonaparte e Napoleão III? Descobrir as razões de seu incêndio pela Comuna de Paris em maio de 1871, é desvendar um mundo cheio de fatos extraordinários da história...

A antiga fortaleza medieval nunca deixou de ser transformada e hoje representa um complexo de prédios, consagrados à cultura. O que resultou de tanta mudança? O admirável projeto do presidente François Mitterand que transferiu o Ministério das Finanças que funcionava na ala norte e abriu novos e grandes espaços à exposição de obras de arte. Querem maior maravilha do que a Pirâmide de vidro? Obra do arquiteto Ming Pei,  ela é construída em vidro e metal, rodeada por três pirâmides menores, no pátio principal (Cour Napoleon) do Palácio do Louvre. A «Grande Pirâmide», serve de entrada principal do Museu do Louvre. Ela se revela para a gente se descobrindo no pátio do Palácio e nos permitindo enveredar em seus corredores e salões, à procura da Vênus de Milo, da Mona Lisa e da Vitória da Samotrácia. Um verdadeiro encantamento ! E o que dizer da grande coleção que diz respeito ao Egito antigo? A civilização greco-romana e as numerosas obras de arte de Michelangelo, Ticiano, Goya, Rembrandt e outros? Sonhos se transformando em realidade na busca do prazer pelo que é belo e sublime!


Saindo do Louvre com a cabeça cheia de informações, o espírito saciado e deleitado e os olhos repletos de alegria pela contemplação do inesquecível, uma pausa se impõe...



Por que não comer um pedaço de torta ou tomar um divino chocolate quente em Angelina sob as arcadas do n°222, rue du Rivoli, numa decoração "belle époque"? Imperdível!

Este lugar representa a arte de viver "à la française"! Criado por um austríaco em 1903, ele revela sua alma e sua história. Vale a pena descobri-lo!

Em seguida, se  possível,  vá conhecer a  Igreja de Saint-Germain-l’Auxerrois, muitos anos frequentada pela realeza. Ela nos revela um impressionante mosaico arquitetônico. Dedicada a Saint Germain l'Auxerrois, bispo  no séc.XV, ela data da época merovíngea e foi destruída pelos normandos em 885-886. Reconstruída na primeira metade do séc.XII, foi sucessivamente modificada até1580, quando chegou à forma atual. O que nos chama atenção é a torre do sino (a parte mais antiga, a romana, é do século XII) que sobrevive altaneira, como alguém que nos alerta... Por que? Para não esquecer  o que aconteceu no dia 24 de agosto de 1572Nesta data, os sinos badalaram inusitadamente como que avisando que um dos mais tristes e sangrentos eventos na história do país  iria ocorrer: o massacre dos protestantes reputado como " a noite de São Bartolomeu”!  A Rainha Mãe Catarina de Médicis, apoiada pelo seu filho, o Rei Charles IX, orquestrou uma operação para eliminar o maior número possível de protestantes.  Aproveitando do fato de os huguenotes tinham vindo à Paris assistir ao casamento da filha dela, Marguerite de Valois com Henri de Navarre (futuro Rei Henri IV), eliminou milhares de protestantes. Conta-se que durante o massacre, os sinos tocavam sem parar, abafando os gritos, o sofrimento, o terror...

No interior da Igreja, o ideal é se concentrar nesta jóia da arquitetura gótica flamejante! Admirar a sua nave, suas ogivas, capelas... Se debruçar no legado histórico e cultural que ela transmite... 


Simbolicamente ela encontra-se ligada ao trágico acontecimento da noite de São Bartolomeu, mas o mergulho em seu interior, certamente vai revelar a beleza que se irradia de suas entranhas e nos permite esquecer temporariamente estas lembranças negras... 



A Igreja é belíssima e associada à monumentalidade do Louvre, ao acasalamento perfeito do ritmo arquitetônico da rua do Rivoli,  ao ininterrupto movimento das casas de comércio..., nos provoca um sentimento de  júbilo, de satisfação e de alegria!



Vamos juntos descobrir e sentir emoções!



E, se necessário, entre em contato no celiapprato@gmail.com

quarta-feira, 24 de outubro de 2012


Paris se revelando...


Vamos hoje descobrir em Paris, a Praça des Vosges que encontra-se no bairro do Marais e é considerada uma das mais bonitas da cidade?  Se a comparamos  com a da Concórdia, vemos o quanto ela é pequena. Ela nos revela entretanto seu lado aconchegante com seus imóveis residenciais de tijolos vermelhos, janelas de vidros pequenos,  tetos pontudos de ardósia (marca registrada de Paris) e no seu centro, seu jardim com estátuas e fontes.A praça des Vosges é surpreendente em sua forma (quase quadrada) e em sua harmonia. Foi  chamada Praça Real quando foi construída pelo Rei Henri IV em 1612.  Sua unidade arquitetônica, nos revela que a exceção da altura dos prédios diz respeito somente aos Pavilhões do Rei e da Rainha (onde nunca viveu nenhum personagem real).


Se pudesse defini-la diria que ela  é aristocrática, aconchegante,  silenciosa e romântica! E quando faço um passeio sob suas arcadas vou tentando descobrir  os segredos que ela pode revelar... Vivo, sinto e  me imagino em um tempo onde vivencio o passado... Por que estas sensações? Creio que é porque nela respiro beleza e história. Como é possível ficar indiferente ante a casa onde viveu Victor Hugo e que hoje transformou-se em Museu? Meu prazer é indescritivel quando descubro que ela foi local de festa do noivado dos pais de Luís XIV, o rei Sol. Sinto o peso da história e na sua beleza procuro desvendar seus segredos...

 A Praça! Quantas emoções e sentimentos  foram exprimidos, ressentidos e vividos ao longo dos anos neste local! Você pode ficar de fora disto tudo? Eu certamente não! Meu pensamento  vai agora até Chico Buarque quando cantando diz “ ... a mesma praça, o mesmo banco, as mesmas flores,  o mesmo jardim... “.  Aqui, nesta mesmice, nada é igual e tudo se transforma de um minuto a outro. Até a incidência do sol e das estações, nos faz  descobri-la de um modo diferente.  Ela é como um ser feminino que se esconde na tênue linha que separa o real do imaginário.  Esta vontade de mergulhar em seu interior, aumenta a sensação gostosa de uma volta ao passado
.

Respondendo à incitação que ela revela, sugiro que venham ao seu encontro com interesse em descobri-la  e com bastante  atenção, aproveitem com gosto de sua beleza que deslumbra!

Em seguida, faça uma pausa para uma refeição rápida na bela Praça des Vosges e,  seguramente, numa ida ao n°25 você vai encontrar a “Carette” com seus doces, macarrons, chocolates quentes... e assim vai poder usufruir de um verdadeiro “chá das 17h” com tudo a que se tem direito... Verdadeira delícia !

Em uma saída à dois ou em companhia de pessoas com quem se gosta de dividir os bons momentos da vida?  Posso  dar duas dicas: o restaurante” Ma Bourgogne” que é o símbolo parisiense do bistrô de qualidade, situado no n°19 e o “L’Ambroisie”, verdadeira jóia da gastronomia francesa que se localiza no número 9.



Venha ver de perto o que a espetacular Praça des Vosges revela para você !

domingo, 14 de outubro de 2012

Descoberta de Paris...



Quando cheguei em Paris há muito tempo atrás, nunca imaginei que me tornasse uma cidadã do mundo. Vim com um objetivo temporário e fui ficando... Aprendi a amá-la...Impossível não ficar apaixonada por esta cidade. Um amor que é duradouro e que modificou vários conceitos sobre a vida...

 Aqui é hoje a minha casa e ela me propiciou uma visão mais ampla do que é um povo cosmopolita com sua população representada pelas diferentes culturas do mundo. Como disse Victor Hugo, ““Paris é um microcosmo da história universal”. A cidade não é grande e pode-se percorre-la à pé. Ela condensa entretanto, informações inestimáveis e, em pouco tempo, o banho de imersão cultural nos envolve e domina.   O ideal é seguir à risca o verbo flanar que significacaminhar sem rumo e sem pressa, só pelo prazer de apreciar o que está à sua volta, parando aqui e ali para observar algo que chamou sua atenção ou para tomar um sorvete sentado em um banco de praça”. Flanar pelas ruas de Paris é isto: um prazer indiscritível que proporciona uma sensação gostosa do desejo realizado. A cidade nos espera e se oferece à descoberta...

 Ela foi quase completamente reconstruída no estilo arquitetônico da estética do racional pelo Barão de Haussmann, que foi o prefeito (1853-1870), durante o segundo império com Napoleão III.  Repleta de monumentos, parques, avenidas, praças, alamedas, ruas...ela é considerada uma das mais célebres e a mais visitada pelos turistas vindos de todas as regiões do planeta. Além do mais, ela é atravessada em seu coração pelo rio Sena que sempre foi imprescindível ao seu desenvolvimento cultural e econômico e a prova desta afirmação é a grande quantidade de monumentos históricos aí localizados em um percurso que vai da Torre Eiffel até a Biblioteca François Mitterand. Suas pontes e esta exuberância sempre me provocam uma sensação de sedução e admiração.


O que nos revela Paris! Cada estação tem seus encantos e ela é um lugar para se descobrir o ano inteiro. Até quando o frio chega e aperta, existe sempre um café, um bar, um bistrô que nos acolhe. Aquecemos o corpo e a alma com um café, um chocolate ou um copo de vinho (ballon de rouge) e continuamos a flanar porque são tantas as ocasiões de descobrir algo novo e diferente que em várias etapas, irei relatando e revelando ...


Vale a pena descobrir Paris!